Etapa 2 – Relatório 4


03.SET.2002

Ola amigos, acabo de passar pela Nação mais nova do mundo, Timor Leste, que lutou os últimos 28 anos pela independência e conseguiu alcançá-la agora – dia 20 de maio de 2002.

Timor Leste foi, assim como o Brasil, colônia de exploração portuguesa. Em 1975 conseguiu a independência de Portugal e foi invadida pelo país vizinho, Indonésia, que manteve seu domínio até 1999, quando o povo votou pela independência. Após este plebiscito milícias pró-Indonésia arrasaram o país. Desta data até 20 de maio de 2002 a UNTAET (Administração Transitória das Nações Unidas no Timor Leste) governou o país. Hoje o poder está sendo transferido para o atual presidente eleito pelo povo em abril de 2002, Xanana Gusmão.

“No silêncio vivemos demasiado tempo, sujeitos à obscuridade de uma Indonésia dominada pela vontade de esmagar o sonho e o direito à nossa liberdade. A luz que podíamos ver, era apenas a que nossas almas mauberes projectavam para além de cada tragédia que atingia cada família, cada vila ou aldeia desta Nação. No silêncio e no escuro tecemos uma libertação conquistada a cada instante. O contraste das cores, aberto vezes sem conta no sangue da cada irmã ou irmão caído, foi ao longo dos anos de luta, refazendo o Timor do Sol Nascente, revelando as feridas imensas, mas ao mesmo tempo as belezas e as grandezas que nem tempo nem domínio algum podem apagar.”

Xanana Gusmão – citação no livro Timor Lorosa’e 2001 de Regina Santos

Resumo da História de Timor Leste:

A partir de 1514 os navios portugueses passaram a navegar regularmente pela região para extrair o sândalo, árvore que praticamente só existia em Timor. “A sua madeira era muito apreciada na India e sobretudo na China, de onde a vinham buscar desde séculos atrás. Este bem era utilizado nessas regiões para vários fins, sobretudo na perfumaria e na medicina… Em 1642 calculava-se que a quantidade de sândalo que os portugueses obtinham anualmente em Timlor rondava as 400 toneladas… A importância deste produto foi declinando ao longo do século XVIII, sendo actualmente já difícil encontrar esta árvore.”*. De Timor a madeira era levada para Malaca, um importante entreposto comercial português no Séc. XVI.

“Ali também Timor, que o lenho manda sândalo, salutífero e cheiroso”

Luís de Camões, Os Lusíadas, X, 134.

A ocupação portuguesa foi interrompida pelos japoneses que invadiram a ilha durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1942 e 1945. Durante essa ocupação a população que vivia em Timor passou de 472 mil habitantes para 403 mil.

Após a Segunda Guerra Mundial Timor voltou a ser colônia portuguesa. Em 1974 a ditadura em Portugal foi derrubada – Revolução dos Cravos – e o novo governo decidiu não continuar a colonização.

“Timor, digamos que é um transatlântico imóvel, que nos custa muito dinheiro.”

Almeida Santos, ministro da Coordenação Inter-Territorial de Portugal em 1974.

Tudo parecia caminhar para uma independência pacífica. A vizinha Indonésia a princípio declarou não ter interesses nas terras timorenses. “Quem quer que governe em Timor depois da independência, pode estar seguro da amizade da Indonésia e da sua cooperação” garantiu o ministro dos Negócios Estrangeiros Adam Malik.

No entanto a situação da região estava tensa. A guerra do Vietnã (1959-1975) a pouco tinha acabado e as grandes forças capitalistas estavam receosas do alastramento do comunismo no sudeste asiático. Alguns movimentos de extrema esquerda vindos da revolução portuguesa influenciaram a FRENTILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente), até então principal partido do país.

“Nada disso passa despercebido em Jacarta (capital da Indonésia). Afinal, tinha decorrido apenas uma década desde que o general Suharto comandara o massacre de largas dezenas de milhares de comunistas na Indonésia.”*

Em 1975 a FRENTILIN proclama a independência do país. O secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger visita Jacarta e dias depois a Indonésia invade Timor Leste. Seguiram-se anos de massacre. Estima-se que 80% da população masculina de Dili tenha sido assassinada. A guerra durou 24 anos.

“No saldo da guerra entre 1975 e 1979, um censo realizado pelas autoridades indonésias revela que a população de Timor-Leste é de 653 mil pessoas. Faltam 130 mil em relação ao último levantamento efectuado pelos portugueses, em 1974.”* O uso da língua portuguesa é proibido e várias mulheres são levadas para programas de controle de natalidade.

A resistência não morre. É montada a FALINTIL (Forças Armadas de Libertação de Timor Leste) e nela se destacam Xanana Gusmão e MaHuno.

“Era preciso sair das aldeias durante o dia para nos escondermos dos aviões que largavam bombas. A terra tremia por causa das bombas, havia barulho todo o tempo e as bombas faziam grandes buracos no chão. Assim, de manhã, com a alvorada, mudávamo-nos para as montanhas, deixando para trás os velhos e os doentes que não podiam correr mais…”

Testemunho ao Australian Senate Inquiry, citado em Timor-A História Oculta de John Taylor

Ocorrem vários conflitos entre a FALINTIL e o governo indonésio e os problemas começam a chamar a atenção da ONU (Organização das Nações Unidas) e da mídia internacional. Xanana Gusmão é capturado e fica preso em Jacarta, capital da Indonésia. Os EUA mudam de lado e começam a defender Timor Leste. A justificativa dessa defesa vem com o interesse de navegação dos submarinos nucleares americanos nos estreitos de Ombai-Wetter, ao largo de Timor.

Aos poucos a Indonésia perde o controle na luta timorense. A internet facilita a comunicação da rede clandestina da resistência que cada dia fica mais organizada. Em 1996 o prêmio Nobel da Paz vai para dois importantes personagens da resistência timorense: José Ramos-Horta e D. Ximenes Belo (Bispo Belo). E em 1997 Nelson Mandela visita Xanana na prisão e faz um apelo para o Presidente Suharto libertá-lo.

“… apesar da brutal colonização indonésia e da repressão cultural dos últimos 21 anos, da proibição de uma língua e cultura que chegaram à nossa região há cerca de 500 anos, em Timor Leste esta língua secular persiste teimosamente…”

Discurso de José Ramos Horta na cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz, em Oslo, 1996. (Transmitido ao vivo para todo o mundo pela CNN)

Sob pressão internacional, em 1999 a Indonésia aceita uma votação para que o povo timorense decida pela independência. A UNAMET (Missão das Nações Unidas em Timor Leste) chega ao país para organizar a votação e evitar conflitos.

A participação da população foi surpreendente, 446 mil timorenses se inscreveram para votar na consulta popular e 98,6% do total de recenseados foram às urnas. 78,5% votaram a favor da independência de Timor Leste.

Logo após as eleições Timor Leste viveu novamente dias de terror.

“A alegria dos independentistas não tem oportunidade de se transformar em festa – pelo menos no território de Timor-Leste. O anúncio dos resultados era o sinal esperado para as milícias, com a colaboração das TNI e da polícia, tendo desencadeado uma onda de violência inédita, a fazer lembrar os mais trágicos acontecimentos de 1975.”*

Antes de abandonarem o país as milícias pró-Indonésia destruíram grande parte da cidade em protesto ao patrimônio que estavam deixando em Timor Leste. Foi necessário apenas um mês, o setembro de 1999, para que Dili fosse completamente destruída e queimada. A ONU organizou uma nova intervenção no país, a INTERFET (Força Internacional para Timor-Leste), que chegou dia 20 do mesmo mês e encontrou a cidade em ruínas. Estima-se que setenta por cento das infra-estruturas vitais do país foram arrasadas.

Xanana Gusmão é libertado e volta para Timor Leste. “Fui capturado como guerrilheiro e regresso como guerrilheiro” afirmou.

O país, primeiro do terceiro milênio, renasceu nas cinzas sob a administração da UNTAET (Administração de Transição das Nações Unidas em Timor Leste). A nova autoridade era o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello que assumiu o complexo desafio de exercer a autoridade sem contrariar o povo timorense que, “à mínima discordância, não hesitavam em falar de neocolonialismo por parte da presença das Nações Unidas.”*

Em abril de 2002 foram feitas eleições para decidir o novo presidente. Xanana é eleito com 82,7% dos votos. O novo presidente assumiu o poder dia 20 de maio de 2002 e aos poucos a UNTAET está transferindo os postos de administração para os timorenses.

“…combater todas as formas de tirania, opressão, dominação e segregação social, cultural ou religiosa, defender a independência nacional, respeitar e garantir os direitos humanos e os direitos fundamentais do cidadão…”

Trecho da Constituição da República Democrática de Timor Leste, 2002

Timor Loro Sa’e, terra do sol nascente, é a mais nova Nação do mundo e começa agora uma etapa de muito trabalho para reconstruir tudo que foi destruídos durante os tempos de guerrra.

O país vive até hoje uma economia de fantasia. A moeda é o dólar americano e os preços são três vezes maiores que na Indonésia. A atual economia e estrutura, principalmente de Dili, vivem na sombra dos funcionários da ONU e das ONGs que estão no país desde 1999.

Protesto contra os

A cidade ainda vive um clima de rebeliões. Agora com uma violência muito menor e com reivindicações mais amenas. Um dos protestos que presenciei foi um pouco tragi-cômico. Dezenas de presos fugiram da cadeia para se rebelarem em frente ao palácio do governo e depois voltaram para a prisão. A sociedade tem uma estrutura tribal e é bastante comum as rebeliões e brigas se transformarem em pedradas, catanadas ou incêndio. Alguns timorenses, principalmente ex-membros da resistência desocupados, protestam contra os “internacionais” alegando que estão perdendo postos de trabalho.

Tive sorte e cheguei em Dili no dia 20 de agosto, exatamente na data de comemoração de aniversário de 28 anos da FALINTIL. Os guerreiros das montanhas desceram para a capital para comemorarem pacificamente.


FALINTIL – Guerreiros que lutaram pela independência de Timor Leste

A proibição da língua portuguesa durante a ocupação indonésia fez com que a língua representasse um orgulho nacionalista. Tive oportunidade de fazer algumas palestras e os alunos sempre ficavam curiosos sobre as línguas faladas no Brasil. O português e o tétum são as línguas oficiais no Timor Leste e o inglês e o indonésio as línguas de trabalho. Além destas o país possui dezenas de dialetos que são falados nos Sucos (aldeias). Nas ruas o português falado é muito simplificado. Não existe conjugação verbal e o vocabulário é muito reduzido.

Fiz duas palestras em português junto ao programa Brasil – Timor Leste (Projeto Teleducação) patrocinado pelo Governo Brasileiro, Governo Timorense, ABC e Fundação Roberto Marinho. Para isso contei com a ajuda imprescindível de dois brasileiros: a mineira Mariangela Guerra e Francisco Osler. Obrigado pelo apoio e parabéns pelo trabalho!

Desenho de aluno timorense - Casa típica do Timor Leste

“A Nossa Independência.

A nossas independência foi no dia 20 de maio de 2002, nós comemoramos a nossas independência em Tasitolu. Foram 180 Nações é que participaram a nossa independência. Muitas populações em Tasitolu, e depois de comemorarmos a nossa dia da independência, os membros do Parlamento Nacional. Eles fizeram o funcionamento do governo de Timor Leste.

Agora Timor Leste já é uma Nação desenvolvida”

Texto de aluno timorense

Muitos acreditaram que a independência tiraria o país da miséria e resolveria todos os seus problemas e a situação atual é de um país devastado e com uma perspectiva de reconstrução lenta. A mão de obra especializada é também outro problema. Existem apenas mil licenciados no país. Um estudo oficial indica que dois terços dos adultos pobres não possuem qualquer escolarização e 49% são analfabetos. Para a reconstrução do país a ajuda internacional está sendo fundamental. Os projetos arquitetônicos das novas escolas estão sendo feitos por uma equipe portuguesa através de acordos de cooperação.

“duas em cada cinco pessoas vivem com menos de 0,55 US$ por dia e 41% da população é considerada pobre… um PIB per capita de 400 US$ e uma esperança de vida de pouco mais de 50 anos, o país encontra-se no patamar do Congo e da Eritréia.”*

Embora a agricultura seja a atividade principal em quase todo país, 40% da população enfrenta carência alimentar. “…se a agricultura não evoluir de um conceito de subsistência para uma lógica de mercado, associada a práticas modernas, não haverá progressos na luta contra a pobreza, na educação e na saúde… se a qualidade do café não melhorar, perde-se uma ocasião de ouro de tirar partido da maior cultura do país, que é também a principal fonte de riqueza, o seu primeiro produto de exportação e o modo de vida de 40 mil famílias.”*

Aqui comem de tudo! Desde o tradicional arroz até cachorro. Se você atropela qualquer animal na estrada tem de pagar uma multa pelo “alimento perdido”. Atropelar um cachorro tem multa entre 15 e 20 dólares. Em geral os animais aqui são muito maltratados. Ainda existem muitas brigas de galo. Quase toda casa tem um galo que fica amarrado pela perna. Galinhas são transportadas vivas, de cabeça para baixo, amarradas nas motos e cachorros são transportados totalmente amordaçados.

Escombros de um prédio destruído pelas milícias pró-Indonésia

Muito pouco foi feito até então para reabilitar a infra-estrutura do país. A energia cai constantemente e ainda provém de geradores diesel improvisados. Os orelhões estão todos quebrados. Para telefonar é preciso usar celular da austrália que está funcionando provisoriamente no Timor. A água que já era problema antes da destruição está ainda pior. Todo esgoto está a céu aberto e a água encanada não é confiável.

Para se reerguer, o país conta com o ouro e reservas de petróleo e gás natural ao largo de suas costas que são hoje uma questão diplomática complicada entre Austrália e Timor Leste.

O poder é dividido entre o presidente Xanana Gusmão, os chefes dos Sucos e a igreja católica que é a religião de 97% da população (reflexo da colonização portuguesa).

Casa das aldeias perto de Dili

A cidade possui apenas casas e prédios baixos. Muitas das construções usadas pela ONU e governo estão cercadas por barricadas de arames farpados. Pedalando um pouco para a periferia já é possível encontrar bairros que mais parecem aldeias indígenas, que ficam na base das montanhas que cercam Dili.

Da Austrália soube que o amigo brasileiro Caco estava trabalhando na ONU no Timor e, antes de voar para Dili, recebi uma encomenda: “- Argus, por favor me traga um saco de leite em pó da Austrália!” Antes de chegar em Timor já imaginei o caos que deveria estar uma cidade onde falta leite em pó! Um dos poucos supermercados é o “Hello, Mister” que abastece a população local e as centenas de trabalhadores internacionais da ONU, chamados de “misters” pelos timorenses.

O trânsito é literalmente sem lei. O policiamento é feito pelos “boinas azuis”, polícias internacionais, e está sendo transferido para a polícia local que ainda não é suficiente. Não existem sinais de trânsito e controle de carteiras de motoristas. Os carros bons são geralmente da ONU ou do governo, os carros e motos da população estão caindo aos pedaços. Os postos de abastecimento são tendas improvisadas na beira da rua com galões de plástico com gasolina. De noite as ruas ficam escuras pois os postes de luz foram destruídos. Poucas ruas possuem nomes, os imóveis não possuem numeração e o correio funciona apenas com caixas postais. Apesar de tantos problemas a criminalidade é baixa.

O povo timorense é extremamente amigável e adora brasileiros. São bons de bola e apaixonados pelo futebol do Brasil. Aqui é comum os homens pintarem as unhas e andarem de mãos dadas nas ruas. Diferente do que ocorreu no Brasil aqui existiu muita pouca miscigenação entre portugueses e o povo local. A família tem um costume de enterrar os parentes próximos no quintal da casa e, quando mudam, desenterram o falecido e levam o caixão junto com a bagagem para enterrarem no quintal da casa nova. De alguma forma o morto segue vivo e possui moradia “- Meu pai está morto em Bali” me falou um timorense.

O país tem 24.300 km2 e situa-se no Arquipélago das Pequenas Ilhas Sonda e tem clima tropical úmido e mais de 90% da precipitação anual ocorre na época das chuvas entre novembro e maio. Agora praticamente não chove e o calor é grande. Toda ilha é muito montanhosa e sua formação é geologicamente recente. O ponto mais alto de Timor Leste é o Monte Remelau com 2960 metros. A ilha é banhada pelo Oceano Índico (Mar de Timor) ao sul e pelo Oceano Pacífico (Mar de Banda) ao norte.

Crianças na praia de Dili

Timor Lorosa’e é um exemplo de resistência e esperança. Fiquei contente de ter visitado este novo país num momento tão importante para sua história. Um pequeno país cuja grandeza do ideal chocou todo o mundo. Infelizmente as conquistas custaram muitas vidas. Mais uma vez nós humanos fomos incapazes de resolver nossas questões diplomaticamente e tivemos de regredir para a guerra usando o método mais primitivo de negociação.

De Dili segui para Bali. Atravessei a fronteira para a Indonésia pedalando e depois peguei um carro até Kupang para atravessar as montanhas do centro da ilha. De Kupang peguei um barco para Kuta, em Bali.

O caminho pelo litoral possui várias praias paradisíacas. De tempos em tempos encontrei aldeias de pescadores com muitas crianças que sempre cumprimentavam e queriam tirar fotos. Na fronteira dormi no acampamento da Força de Paz do Exército Brasileiro, onde ganhei um kit de primeiros socorros e algumas rações que o exército usa em emergências.

Força de Paz do Exército Brasileiro no Timor Leste

No lado indonésio a língua se transformou numa grande confusão. Não entendo nada de indonésio e quase ninguém fala inglês. O negócio está sendo apelar para mímicas.

Agora estou em Bali mas deixarei para falar sobre a Indonésia no próximo capítulo.

Até a próxima,
Argus

* Revista VISAO – Edição comemorativa da Independência. Suplemento Especial. Timor o nascimento de uma Nação. maio de 2002 (www.visaoonline.pt)

Para saber mais
www.gov.east-timor.org
Site da ONU (Organizacao das Nacoes Unidas)
www.un.org

Meio ambiente
Acompanhem as notícias da Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável, Rio+10, que está acontecendo agora em Joanesburgo (26 de agosto a 04 de setembro).
www.un.org/rio+10/
www.rio-plus-10.org
www.riomaisdez.org.br

Livros
DUNN, James. A People Betrayed
SANTOS, Regina. Timor Lorosa’e. 2001
TAYLOR, John. Timor-A História Oculta
THOMAZ, Luís Felipe. Timor-Autópsia de uma Tragédia
UNTAET. Timor Lorosa’e – Photographs and Anecdotes from East Timor 1999-2000
UNTAET. Photos Timor – Stories From a New Nation. Maio 2002
UNTAET. Viva Timor-Leste!. Maio 2002
VELADAS, António. Timor Terra Sentida. 2001