Etapa 4 – Relatório 1


Egito – Sinai, Nilo e Cairo

Novo país, novo continente, nova etapa, novo portal (quase pronto!…) e novo ano. Que tudo seja bem vindo! Os últimos dias foram de poucas pedaladas mas muitas novidades. Teve até encontro com o presidente do Brasil na sua visita ao Egito. Quem diria?!

Viajei pelo Sinal, Rio Nilo e agora estou no Cairo esperando meu demorado visto para a Líbia.
UM POUCO DA HISTÓRIA DO EGITO
“O Egito antigo é habitado por uma civilização cujos registros históricos datam de 4000 a.C. e que se desenvolve até o início da Era Cristã. O país se unifica em 3200 a.C. e é governado por uma sucessão de dinastias até a época de Alexandre, o Grande, que o
conquista em 332 a.C. Nos séculos seguintes, os povos do Nilo são sucessivamente dominados por romanos, persas, árabes – que impõem o islamismo – e turco-otomanos, além de enfrentar uma breve invasão das tropas francesas de Napoleão Bonaparte, no fim do século XVIII. Forças britânicas e turcas expulsam os franceses em 1805. O marco da influência européia é a construção do Canal de Suez – concluída em 1869 -, mais tarde reforçada com a ocupação britânica, em 1882. Em 1922, o Egito proclama a independência e adota a monarquia, sob o reinado de Fuad I. A presença militar do Reino Unido se estende até 1936, quando a potência passa a manter tropas apenas na Zona do Canal.”
Almanaque Abril 2003

“Its three wars with Israel in 1948, 1967 and 1973, then its eventual peace with its adversary in 1979, have seen Egypt move from being a warring nation to become a key representative in the peace process.”
BBC News

Desde 1981 o país é governado pelo presidente Hosni Mubarak. Em 1999 ele foi reeleito com 94% dos votos para mais seis anos no poder.

Linha do tempo
Egito faraônico
3100-332 a.C.
Era de Alexandre e Ptolomeu
332-30 a.C.
Período Romano
30 a.C.- 638 d.C.
Conquista Árabe
640-1517
Período Turco-Otomano
1517-1882
Ocupação Britânica
1882-1952
Egito indenpendente
1952-atualidade

O país possui 71,9 milhões de habitantes (ONU 2003). É o país mais populoso do mundo árabe. 98% da população é de árabes egípcios, 1% de árabes beduínos e 1% de núbios. Mais de 84% pratica o islamismo e 15% o cristianismo.

O Rio Nilo é a artéria do país. Cerca de 90% da população vive no seu fértil vale. A capital Cairo fica estrategicamente no início de seu delta. O resto do país é deserto. Ao leste do vale está o deserto da arábia e o Sinai e a oeste está o deserto da Líbia (Sahara) que ocupa dois terços da superfície do Egito. Tudo que fica ao norte do Cairo é conhecido como Baixo Egito e tudo que fica ao sul Alto Egito.

As taxas do Canal de Suez, o turismo e o petróleo são as maiores fontes econômicas.

SINAI E O MAR VERMELHO
O Mar Vermelho é o sonho de mergulhadores de todo o mundo. A primeira pedalada na África foi do porto de Nuweiba para Dahab, uma pequena vila em frente à maravilhosa barreira de corais. A vila possui mais centros de mergulho do que padarias. Passei cinco dias pela costa do Sinai submerso na beleza dos corais e peixes. São mais de mil diferentes espécies de animais marinhos. Uma raia imensa me presenteou com um salto a poucos metros de onde eu mergulhava, vi vários dos lindos e perigosos peixes-leões, corais de todas as cores e muitos e variados peixes. Encontrei com uma turma de free divers que estava ali treinando e descendo, apenas com o ar do pulmão, mais de 70 metros de profundidade e ficando mais de oito minutos sem respirar!

Peixe leão - Mar Vermelho - Fonte:touregypt.net

O Mar Vermelho é também famoso entre os velejadores por causa de seus piratas. Geralmente os veleiros que arriscam atravessá-lo viajam em comboio e distantes da costa. Os “piratas modernos” usam radares, metralhadoras e lanchas rápidas. Não por acaso passei todo o tempo na paradisíaca Dahab sem ver nenhum companheiro velejador.

Beduínos, habitantes do Sinai

“… In ancient times, the Red Sea served major trade routes. Trade between India and the Middle East and the nations of the Mediterranean basin developed during the Graeco-Roman period. The Red Sea formed the swiftest and safest passage. After their conquest of Egypt, the Persians tried to dig a canal from the Nile to the Gulf of Suez (not an original concept, since the Pharaohs had constructed such a canal)…”
The Red Sea Magazine

Beduínos, habitantes do Sinai

A conexão do Mar Vermelho com o Mar Mediterrâneo foi feito com a construção de um canal artificial no istmo de Suez entre 1859 e 1869, diminuindo a distância entre a Europa e o litoral sul da Ásia. O Canal de Suez, com 163 km, é o mais extenso do mundo para navios de grande porte. Sua travessia dura cerca de 15 horas e um petroleiro paga em média 70 mil dólares para atravessá-lo. Com suas taxas o governo arrecada aproximadamente 2 bilhões de dólares por ano.

Beduínos, habitantes do Sinai

Ras Abu Gallum

No Sinai encontrei vários beduínos e passei dois dias na tenda com uma família na vila de Ras Abu Gallum. A vila é feita de casas de palha na praia. Vivem da pesca e de um turismo crescente. São muito simples e não possuem saneamento básico. Algumas crianças passam o dia inteiro com a cara coberta de mosquitos e roupas imundas. Muitos ficavam me olhando curiosos enquanto eu escovava os dentes. A escova foi novidade para vários. A falta de higiene afeta a saúde das pessoas e também do meio-ambiente. Infelizmente, no meio do paraíso aquático, existem milhares de garrafas, latas e plásticos.
Comida na tenda de beduínos

A VISITA DO PRESIDENTE LULA
A visita do Lula aos países árabes coincidiu com minha atual passagem pelo Egito. Eu estava em Dahab quando vi a notícia num jornal local. Telefonei para a Embaixada no Cairo e me convidaram para participar de uma recepção na casa do Embaixador onde eu pude encontrar com presidente e comitiva. Para chegar a tempo peguei um ônibus direto para a capital e da noite para o dia preparei um pequeno material para apresentar o projeto Pedalando e Educando.

A recepção aconteceu de tarde na casa do Embaixador. Foi convidada a comunidade brasileira no Egito. Éramos aproximadamente duzentos. O Embaixador falou sobre a visita, depois falou o Ministro Celso Amorim e finalmente o Lula fez sua palestra.
Entregando o projeto Pedalando e Educando para o Lula
Ainda me lembro de algumas frases do presidente na palestra “…a gente tem de se respeitar para ser respeitado… No mercado internacional não funciona esse papo de por favor me dê dinheiro para ajudar as criancinhas de rua do meu país. Os governos dos países ricos só pensam em votos. Se eles cortarem o subsídio da agricultura perderão votos. Eles não farão isso nunca. O que precisamos é ser mais competitivos e abrir outros mercados… Nó ajudamos nossos vizinhos. Temos de estar unidos e compor um grupo com força para negociar com os grandes blocos econômicos… Muitos criticaram o encontro em Cancún. Esse encontro foi uma vitória. Sem uma posição ninguém nos chama para negociar… Estamos retomando o Mercosul e fazendo boas parcerias com todo o terceiro mundo. Já conseguimos avanços com a China, Índia e África do Sul e queremos também nos aproximar dos países árabes… para ter relação internacional é necessário construir estradas, comunicação, integrar os países… Juntos vamos mudar a geografia econômica do mundo…”

Parece que o Lula está usando sua experiência de sindicalista para unir os empregados do mundo e negociar com os “patrões”. Espero que o sucesso da experiência pessoal se repita na relação diplomática internacional.

Depois da invasão dos portugueses nosso país nunca teve uma independência de verdade. Saímos das mãos de Portugal e Inglaterra para sermos colônia financeira dos americanos. É preciso fazer algo para diversificarmos nosso comércio e diminuirmos nossa dependência econômica.

“Quem decide pode errar. Quem não decide já errou.”
Herbert Von Karajan

Até então a única visita oficial de um governo brasileiro no Egito foi a de Dom Pedro II em 1876. A visita do Lula foi um marco histórico, no dia seguinte a foto do Lula e Mubarak apareceu na capa de todos os jornais. Hoje vários que encontro na rua me falam “- Seu presidente esteve aqui.” Também teve boa repercursão a posição oficial tomada pelo governo contra a invasão do Iraque e a favor da causa palestina.
Lula e o presidente egípcio Mubarak nos jornais
A VISITA DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO CRISTÓVAM BUARQUE
Sem tanto alarde, o Ministro Cristóvam Buarque também esteve por aqui duas semanas depois do presidente. Ele veio participar de um seminário internacional sobre educação. Infelizmente não pude encontrá-lo pessoalmente mas através da Embaixada o material do Pedalando e Educando foi entregue em mãos junto a um pedido de apoio do governo para maior divulgação junto às escolas brasileiras.

DANDO O MEU PITACO…

Aproveito o momento de “possível comunicação” com o Ministério da Educação para sugerir uma organização interessante que aprendi nessa viagem.

Ao passar pela Austrália procurei o Ministério da Educação do país para divulgar o projeto e oferecer palestras para as escolas no percurso. Todas as escolas desse país possuem endereço de email e sua lista completa está disponível no site do governo. Em menos de cinco minutos consegui a lista de email de todas as escolas que precisava, fiz o convite e, por causa da agilidade na comunicação, consegui agendar as palestras no caminho.

Esta organização é relativamente simples e viável também para o Brasil. Ela ajudaria muito a agilidade e divulgação de projetos e as tecnologias de ensino poderiam se desenvolver melhor.

Infelizmente até então estamos muito longe de tal organização. Para obter a mesma lista de emails que na Austrália precisei cinco minutos, estou me esforçando há mais de dois anos e ainda não tive sucesso. Apenas os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul responderam parcialmente aos meus pedidos. Os endereços de emails das nossas escolas são uma grande desordem. Na lista de endereços de emails das escolas que se cadastram no Pedalando e Educando existe uma infinidade de provedores gratuitos e nomes particulares. O endereço de email das escolas deveria ser mais formal, intuitivo e acessível. E, logicamente, todas as escolas deveriam ter, no mínimo, um computador com internet.

Sugiro para as escolas do Brasil o endereço nomedaescola@estado.edu.br

Por exemplo, a Escola Bom Jesus no Paraná teria o endereço bomjesus@pr.edu.br

RIO NILO
” The Nile River is the longest river in the world. From its major source, Lake Victoria in east central Africa, the White Nile flows generally north through Uganda and into Sudan where it meets the Blue Nile at Khartoum, which rises in the Ethiopian highlands. From the confluence of the White and Blue Nile, the river continues to flow northwards into Egypt and on to the Mediterranean Sea. From Lake Victoria to the Mediterranean Sea the length of the Nile is 5584 km (3470 mi). From its remotest headstream, the Ruvyironza River in Burundi, the river is 6671 km (4145 mi) long. The river basin has an area of more than 3,349,000 sq km (1,293,049 sq mi).”
Nile Basin Initiative

A questão do “maior rio do mundo” é uma eterna incógnita. Dependendo da nascente a ser considerada, o maior rio será o Amazonas.

Foi Natal… Comemorei com a visita das minhas irmãs que já não via há dois anos e fizemos juntos um cruzeiro pelo rio Nilo entre Asuan e Luxor.

Tivemos uma overdose de ruínas. Em apenas uma semana visitamos a maioria das importantes obras faraônicas. Fomos para Abu Simbel, Esna, Edfu, Kom Ombo, Asuan, Filae, Luxor, Karnak, Vale dos Reis, Hatshepsut, Ramesseum, Pirâmides, etc. Mal conseguíamos digerir os quatro mil anos de história de um templo e já estavamos visitando outro.

Dezembro é a alta estação do turismo no Egito. Muitos europeus fogem da congelada Europa para passarem aqui as férias. São centenas de imensos barcos carregando milhares de turistas pelo Nilo. Chegava a ser difícil caminhar nos templos.
Felucas no Rio Nilo
Apesar da grande receita fomentada pela indústria do turismo, pouco se vê de melhorias para a população local. A renda é muito mal distribuída e o povo segue pedindo esmolas.

Em 1997, 58 turistas foram mortos por um atirador na frente do templo de Hatshepsut perto de Luxor. O grupo islâmico egípcio al-jama´ah al`islamiyah se responsabilizou pelo massacre. Hoje o governo está tomando várias medidas de segurança e toda área possui vigilância. Em alguns trechos do Nilo seria impossível pedalar pois, para evitar novos ataques e escândalos nos jornais, a polícia não permite que turistas transitem sozinhos. Para visitar Abu Simbel, perto da fronteira com o Sudão, pode-se ir apenas com ônibus em comboio.

A beira do rio é linda, possui várias pequenas vilas núbias com casas de barro entre milhares de palmeiras. O povo usa roupas coloridas e anda de burros e camelos pelas plantações. Usam barcos a vela, as felucas, para pescarem e se locomoverem no Nilo.
Escola Núbia na ilha de Elefantina - Alto Egito
m pouco das ruínas…
Abu Simbel
Abu Simbel é o templo de Ramses II e sua amada Nefertari. Foi construído entre 1274 e 1244 a.C. Entre 1964 e 1968 a UNESCO cortou, numerou todas as pedras e remontou o templo 65 metros acima do local original para evitar que o mesmo ficasse submerso pela represa de Asuan. A construção da represa também foi um trabalho “faraônico”. Foram utilizados 35 mil trabalhadores e 451 morreram durante a construção.
Colunas em Karnak
Templo de Luxor
Detalhe do templo de Filae
“…este templo (Filae), na época da construção da represa de Asuan, foi inundado assim como o de Abu Simbel… e resgatado pela Unesco… Foi iniciado na época do Farao Taharqa há quase 700 a.C., depois o Rei Nectanebo construiu um templo para a Deusa Isis há quase 400 a.C. Por volta de 280 a.C. a maioria das construções que vemos hoje foi finalizada pelo Farao Ptolemeu II..”
Amir e Tamer – Brasileiros estudantes de egiptologia no Cairo

CAIRO
Cairo, assim como todas as megacidades do mundo, possui milhares de problemas e belezas. A cidade é caótica, o trânsito é infernal, tem muita poluição e pobreza, mas sua gente é alegre e seus guetos são fantásticos.

Caminhando pela riqueza histórica da cidade é possível visitar desde as pirâmides, monumentos islâmicos, igrejas cópticas, até a art-nouveau da downtown ou a moderna Heliópolis.

Pirâmides

Esfinge

Com poucos dias no Egito foi fácil perceber que aqui nada é de graça. O egípcio gosta muito de dinheiro. Apesar de ser um povo muito simpático e alegre quase todo sorriso acaba tendo um preço. Com poucas e preciosas exceções, todos que me aproximaram foi querendo vender algo. São difíceis de negociar. Nunca vi barganhar tanto! Para comprar qualquer coisa os preços precisam ficar às claras. Tudo tem valor diferente para turista. Mudam, falam, trocam, fazem uma confusão danada para tentar vender mais caro.

Criança na cidadela do Cairo

O caótico tráfego do Cairo consegue ser pior que em Jacarta ou Delhi. Várias vezes existem grandes avenidas onde a única opção para atravessá-la é se jogando na frente dos carros. Os motoristas não freiam, ao contrário, parecem o carro vai para cima do pedestre. Tem muito acidente. A bicicleta está estacionada pois não existe absolutamente nenhum prazer em pedalar na cidade.

Passei quase todo o tempo na Downtown, em meio a lindos edifícios art-nouveau dos ares franceses que Cairo respirou nos fins do Séc. XIX. O decadente centro transmite uma nostalgia de bons tempos com seus cafés sempre lotados de fumadores de sheesha (waterpipe) nas calçadas.

Mesquita Al Azhar - Cairo

O povo é muito religioso. Vários homens possuem uma marca roxa na testa de tanto rezar com a cara no chão. Muitos lugares passam todo o dia com músicas de preces. Nas sextas-feiras, dia santo muçulmano, as mesquitas lotam e as pessoas ocupam as calçadas e ruas para orar.

Máscara de ouro de Tutankhamun - Museu do Cairo

Dança Sufi

CLÍTORIS
Até hoje muitas mulheres são circuncisadas por questões culturais. O clítoris das filhas são cortados quando estão aproximadamente com 12 anos de idade. Este brutal costume vem da antiguidade – quando os guerreiros abandonavam suas mulheres para lutar, cortavam seus clítoris para que as mesmas não tivessem prazer no sexo e não os traíssem. Hoje o principal objetivo do ato parece ser o controle da “ansiedade sexual” da filha. Além da atrocidade cultural, existe também a crueldade física pois muitas vezes a família não tem condições de levar a filha para um hospital e o corte é feito apenas com gilete e sem auxílio médico. O assunto é bastante delicado e difícil precisar estatisticamente. Conversando com pessoas nas ruas arrisco dizer que, ainda hoje, mais de 80% das mulheres ainda são “cortadas”. Nos últimos anos o governo tem feito campanhas para conscientizar o abandono dessa prática.

VISTO DA LÍBIA
Sigo no Cairo esperando o visto da Líbia que já foi pedido há mais de duas semanas e segue sem resposta. Cairo não inspira muito o esporte e a única atividade está sendo as caminhadas pela cidade. O corpo já está “tremendo” para pedalar novamente.

Daqui pretendo ir para Alexandria e seguir pelo litoral do Mediterrâneo, Líbia e Tunísia, e depois atravessar de barco para a Itália.

Agradeço ao apoio que recebi da Embaixada do Brasil no Cairo, Departmento dos Monumentos Egípcios e amigos brasileiros egiptólogos Amir e Tamer.

Grande abraço,
Argus

Para saber mais
Sites oficiais
Ministério do Turismo
www.touregypt.net
Egypt State Information Service
www.sis.gov.eg
UNESCO no Cairo
http://unesco-cairo.org
Mar Vermelho
www.red-sea.com
www.redseavdc.com
www.coralworld.com/eilat
Rio Nilo
Nile Basin Initiative
www.nilebasin.org
www.nileriver.com
Jornais e revistas
www.ahram.org.eg
www.egypttoday.com
www.mena.org.eg
www.algomhuria.net.eg
www.cairotimes.com
www.metimes.com
Oposição
www.alahali.com
Outros
The American University in Cairo
www.aucegypt.edu
The Archeological Map of Egypt
www.cultnat.org
Ancient Egypt
The British Museum
www.ancientegypt.co.uk/menu.html
www.allofegypt.com
www.al-bab.com
www.guardians.net/hawass/index.htm
www.mt.net/~watcher/pyramid.html
www.bbc.co.uk/history/ancient/egyptians/
www.mankato.msus.edu
www.reshafim.org.il/ad/egypt
www.eyelid.co.uk
www.africanworld.com